Viúva, filha de Joaquina Júlia e de Germano da Fonseca Campos, Maria do Rosário Campos terá nascido em 13 de Março de 1879, em Viseu.
Em 1930, quando o advogado Luís da Costa Figueiredo foi preso pela terceira vez e torturado pela Polícia de Informações, Maria do Rosário Campos intercedeu junto da esposa do Ministro do Interior, coronel António Lopes Mateus, seu conterrâneo, procurando denunciar, sem sucesso, o tratamento violento e desumano dado ao seu hóspede: "isso de espancamentos era tudo falso, eram os malandros dos republicanos que inventaram essas e outras atoardas para comprometer o seu marido e a Ditadura" [relato de Maria do Rosário Campos a Manuel António Correia, in Memórias de um Resistente às Ditaduras, 2011].
Seis anos depois, Maria do Rosário Campos era envolvida no mesmo processo que, em Novembro de 1936, levou Luís da Costa Figueiredo à sua sexta prisão e consequente deportação para o Campo de Concentração do Tarrafal.
Aquando da prisão, estava a residir na casa daquela, na Rua da Rosa, 220 - 3.º, considerando a Polícia que foi o advogado quem a ligou «às questões político-revolucionárias», pondo-a em contacto com o ex-Tenente Manuel António Correia.
Presa em 5 de Novembro de 1936 e levada para a 1.ª esquadra, entrou na Cadeia das Mónicas em 1 de Fevereiro de 1937 e, em 11 de Maio, voltou a ser transferida, incomunicável, para uma esquadra, aí permanecendo até ao final do mês.
Regressou às Mónicas, sendo somente julgada pelo Tribunal Militar Especial em 9 de Novembro de 1938.
Condenada na pena de dois anos de prisão correccional, seis meses de multa e perda dos direitos políticos por cinco anos, saiu em liberdade em 16 de Novembro, por já ter cumprido a pena. Tinha, então, 59 anos.
Fontes:
Manuel António Correia, Memórias de um Resistente às Ditaduras, 2011; João Esteves / https://silenciosememorias.blogspot.com/
Maria do Rosário Campos
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Data da primeira prisão