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Carlos Augusto Pinhão Correia

007144
19275
Data da primeira prisão

Natural de Alpiarça, Carlos Pinhão desenvolveu intensa atividade política e cultural na região. Preso diversas vezes, integrou, com a sua companheira, em 1961, o quadro de funcionários clandestinos do PCP. Em 1972, partem para o exílio. Após o 25 de Abril, foi eleito deputado e deu continuidade à sua luta.

Carlos Augusto Pinhão Correia nasceu em Benavente a 22 de março de 1926. Ainda muito pequeno, ficou a órfão de pai e é a mãe que, com muito trabalho, o cria. Cedo se interessa pelas atividades culturais das coletividades de Alpiarça, nomeadamente de Os Águias e da Sociedade Filarmónica. Com apenas 15 anos inscreve-se como sócio d’Os Águias, onde vai ter intensa atividade desportiva e cultural e integrando também os corpos sociais. Em 1943, quando frequentava, em Lisboa, a Escola Industrial Afonso Domingues (em Xabregas), acompanhou a vaga de greves, com a prisão de muitas dezenas de trabalhadores, o que contribuiu para a sua consciência política. Uma precoce e empenhada militância política leva-o, em 1945, a ter um papel de destaque na organização regional do Ribatejo do Movimento de Unidade Democrática Juvenil. Em 1947, ligou-se ao Partido Comunista Português e a sua primeira prisão ocorreu em 28 de julho de 1947, sendo restituído à liberdade, após pagamento de uma fiança, em novembro desse mesmo ano.
Era responsável regional no Médio Ribatejo do MUD Juvenil quando é novamente preso, em 22 de junho de 1949. Julgado então no Tribunal Plenário de Lisboa, foi condenado a 18 meses de prisão, com «medidas de segurança». Volta a ser preso em 1950, 1952 e em 1958. Num desses períodos de reclusão tenta a fuga do Forte de Peniche [em 6 de Abril de 1954], mas viria a ser descoberto. De volta à liberdade, participou ativamente nas comissões eleitorais do distrito de Santarém, em várias campanhas eleitorais, tanto para as legislativas como para as presidenciais. Em 1961, foi candidato, por Santarém, às eleições legislativas, mas a sua candidatura não foi aceite pelo Governo Civil [tendo sido substituído pelo arquiteto Alfredo Ângelo Coelho de Magalhães].
Em finais de 1961 entra na clandestinidade com a companheira e a sua atividade político-partidária irá decorrer sobretudo na região de Almada e na região do Porto. No Norte, trabalha, em momentos diferentes, com Carlos Brito e Carlos Costa (ambos do Comité Central do PCP). Nessas tarefas é membro da Direção da Organização Regional do Norte e desenvolve trabalho político nos distritos de Aveiro, Viseu, Guarda e Castelo Branco. Apesar de dotado de extraordinárias qualidades de trabalho Carlos Pinhão e Maria Luísa decidem, em 1972, abandonar a clandestinidade e partem para o exílio em França.
Depois do 25 de Abril de 1974, Carlos Pinhão foi o primeiro Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal do concelho de Alpiarça. 
Foi deputado pelo PCP na I legislatura, entre 1976 e 1980, eleito pelo círculo eleitoral de Santarém.
Foi fundador e dinamizador da Associação dos Amigos de Alpiarça e colaborador do mensário «Voz de Alpiarça». 
Faleceu em Santarém, a 17 de agosto de 1995.