Nasceu em Aveiro, em 23 de fevereiro de 1909, filho de Rosa da Conceição Carvalho e de Augusto António de Carvalho.
Alfaiate, foi entregue, em 9 de maio de 1938, pelas autoridades espanholas no Posto de Galegos, por “indesejável”. Seguiu para o Posto de Marvão e, no dia 10, passou para a cadeia de Castelo de Vide, de onde foi libertado em 22 do mesmo mês.
Preso novamente em 5 de fevereiro de 1939, “para averiguações”, recolheu ao Aljube, tendo sido anotado, a vermelho, no seu Registo Geral de Presos que “exerceu vários cargos nas organizações avançadas espanholas” e “concebeu um atentado contra Sua Ex.ª o Presidente do Concelho (sic), chegando a trabalhar no fabrico da bomba com que tencionava realizá-lo”.
Deportado, em 1 de abril, para o Campo de Concentração do Tarrafal, tentou evadir-se e “percorreu durante duas semanas caminhos tenebrosos onde os obstáculos exteriores e as incertezas interiores se conjugavam para disputar o desânimo e o pavor de ser descoberto pelos carcereiros, o que acabaria por acontecer” (Antónia Maria Gato Pinto, 2019).
Apesar da sua audácia, não sofreu maus-tratos físicos e, após o regresso ao Campo, teve a «incumbência de ir contar detalhadamente aos outros presos como fora a sua aventura e quais os resultados» (Diário de António Gato Pinto, Tarrafal, 1944). Foram-lhe aplicados 30 dias na “frigideira”, a pão-e-água, embora em condições mais benévolas do que sucedera a outros presos políticos, já que integrava o grupo dos “rachados”. Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041, de 18 de Outubro de 1945, foi libertado em 3 de novembro de 1945 e regressou a Lisboa, no barco “Guiné”, em 1 de fevereiro de 1946.
Jaime Augusto de Carvalho
Quando foi preso deu o nome de "José Augusto"
9976
Data da primeira prisão