Filha de Maria das Dores Vilar e de Domingos Ferreira Patacão, nasceu a 16 de julho de 1924, em Aveiro, cidade onde teve contactos com a Associação Feminina Portuguesa para a Paz.
Prosseguiu os estudos universitários no Porto, até se licenciar em Físico-Química, e foi então que se fez sócia da Delegação da Associação Feminina Portuguesa para a Paz. Pertenceu ao MUD Juvenil, em nome do qual assinou vários comunicados aos estudantes portuenses. Em 1945 é uma das subscritoras de um comunicado da Comissão Feminina do MUD do Porto, que refere que «a lei eleitoral é injusta com as mulheres porque lhes nega o direito ao voto; pede que se faça justiça com a representação de mulheres na vida nacional». Faz ainda um apelo ao recenseamento, dirigindo-se às mulheres nos seguintes termos: «Mulheres portuguesas, numa época de valorização feminina como a que está passando por nós é absolutamente necessário sermos mais conscientes dos nossos direitos e compreensivas sobre os nossos deveres, mais úteis à família, à nação, ao mundo inteiro».
A sua prisão pela PIDE, de maio a julho de 1947, suscitou os protestos de Ruy Luís Gomes [1905-1984], seu professor, que acabou também por ser detido, sendo essa a causa imediata da sua expulsão da Universidade ("por ter dirigido uma carta ao director da Faculdade" - lê-se na entrevista de Ruy Luís Gomes à revista Flama a 24 de maio de 1974).
Após a libertação, Maria da Nazaré foi proibida de exercer a profissão docente.
Foi casada com António Soares, um dos três engenheiros que ergueram o Palácio de Cristal – O Palácio de Cristal, no Porto, é uma obra cuja autoria está associada a quatro antifascistas: os engenheiros António Soares, Jorge Delgado e Pinheiro Guimarães e o arquiteto José Carlos Loureiro.
Maria Nazaré Ferreira Patacão
17563
Data da primeira prisão