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Álvaro Favas Brasileiro

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Data da primeira prisão

Histórico militante do PCP do distrito de Santarém, destacou-se pela sua dedicação à luta antifascista na Resistência. No Portugal Democrático foi eleito deputado e, mais tarde, autarca.

Filho de camponeses, Álvaro Favas Brasileiro nasceu em Alpiarça, a 2 de março de 1935. Histórico militante do Partido Comunista Português no distrito de Santarém, pertenceu ao MUD Juvenil e, em 1958, fez parte da Comissão de Apoio à candidatura do General Humberto Delgado. Em 1963, já como membro do PCP, foi preso pela GNR de Alpiarça. Passou, então, pelas prisões de Aljube e de Caxias. Julgado no Tribunal Plenário de Lisboa, foi condenado a 16 meses de prisão e a cinco anos de perda de direitos cívicos.
Depois da sua saída da prisão, foi novamente chamado para tarefas políticas, em que veio a envolver-se ativamente. No final dos anos sessenta ajudou a formar e a organizar as «comissões de defesa dos seareiros de melão e de tomate», nos campos do vale do Tejo. Em 1969, fez parte da Comissão de Apoio à campanha eleitoral da CDE-Comissão Democrática Eleitoral. Em 1973, integrou a Comissão Nacional do III Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro e foi candidato nas listas da Oposição apresentadas pela CDE.
Após o 25 de Abril, foi eleito pelo PCP, em 1979, deputado à Assembleia da República, vindo a presidir à Comissão Parlamentar de Agricultura.
Foi membro da Assembleia Municipal de Alpiarça durante vários mandatos e,
como autarca da CDU - Coligação Democrática Unitária, ficou conhecido pela procura de consensos com autarcas de outros quadrantes políticos na resolução dos problemas das populações.
Foi ainda Presidente da Assembleia-geral da Coopvinhal, Adega Cooperativa de Alpiarça, presidente da Assembleia-geral da Associação “Cantinho do Idoso”, Vice-presidente da Assembleia-geral da “Associação de Amigos da Casa Museu dos Patudos”, sendo sócio fundador destas duas associações.
«Conhecemo-nos em Caxias, ambos com 27 anos que no mesmo ano nascemos. Era, o Álvaro, um dos três de Alpiarça - com o Abalada e o Arraiolos - mais velhos. Sim, porque os outros três - o Machado, o Marvão, o Raposo/"Facalhim" - andavam próximos dos 20. Calmo, ponderado, consistente, assim o conhecemos. E à Justina, que víamos através das redes das visitas, sempre a companheira. Depois, foi a vida e a luta que nos fizeram encontrados tantas vezes. Sempre o amigo, sempre o camarada. Nas campanhas de 1969 e 1973, na revolução por que lutáramos. Às vezes em convívios no meloal, ou em sua ou em minha casa, só porque nos sentíamos bem juntos. Como amigos. E camaradas, sempre.
Na Assembleia da República, o nome do Álvaro Brasileiro, eleito pelo distrito de Santarém, está inscrito - queiram-no ou não os historiadores encartados - como um dos mais prestigiados deputados, um que, entre "doutores e engenheiros", se fazia respeitar como operário rural, como seareiro, que sabia o que queria e sabia do que falava, que chegou a presidente da comissão de agricultura, não por arranjos e conluios mas por indiscutível mérito. Tive a sorte de partilhar com ele os dois mandatos por Santarém, no curto período em que coincidimos na AR. Foi dos tempos mais ricos da minha atividade parlamentar. Ao Álvaro Brasileiro o agradeço!» - escreveu o economista e dirigente do PCP Sérgio Ribeiro.
O seu enterro, em 14 de maio de 2009, contou com a presença de centenas de pessoas de diversos quadrantes políticos, refletindo o grande apreço pela personalidade deste Cidadão.