José Manuel Pinheiro, viúvo, jornaleiro, nasceu em Sanfins da Castanheira, Chaves, em 1886, filho de António Joaquim Pinheiro e de Maria José de Morais.
Deu entrada na Subdirectoria do Porto da PIDE a 6 de novembro de 1946, vindo de Chaves, «para averiguações de delito de ter dado guarida a uma associação de malfeitores».
Em 1946 a Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), em articulação com as autoridades espanholas, desenvolvia intensa atividade persecutória nas aldeias junto à fronteira com Espanha no norte de Portugal, procurando refugiados e guerrilheiros galegos que tinham apoios e recebiam a solidariedade dos habitantes daquela região.
O exemplo mais notório destas ações será o cerco e bombardeamento, em dezembro de 1946, da aldeia de Cambedo da Raia, no concelho de Chaves, pela Guardia Civil espanhola e pelo Exército português, Guarda Nacional Republicana (GNR) e PIDE.
José Manuel Pinheiro Morais foi preso com a filha, Florinda Barbosa Pinheiro, o filho e o neto, ainda bebé. Já nas instalações da PIDE no Porto, José Morais, segundo o relato da filha, foi espancado à frente desta, nomeadamente pelo agente Lopes da Silva. Em resultado desses espancamentos, deteriorou-se o estado de saúde de José Manuel Pinheiro Morais, vindo a ser transportado, a 21-07-1947, para o Hospital Geral de Santo António, no Porto, onde acabou por falecer no dia 17 de agosto de 1947, aos 61 anos
Texto de "Ficaram pelo caminho", edição do Museu do Aljube, Resistência e Liberdade