Nasceu em Missoli mas foi registado em Calomboloca, Icolo-e-Bengo (Luanda, Angola) a 10-06-1938, filho de Paulo da Silva Saúde e de Maria Martins.
Era estudante quando foi preso em 1959 em Luanda, na vaga de prisões da PIDE que em Angola deu lugar a três processos judiciais vulgarmente conhecidos como "Processo dos 50". Foi acusado de pertencer ao "Grupo ELA", grupo clandestino activo desde o início dos anos 50, com ligações a outros nacionalistas em Angola e no exterior. Em Março tentaram enviar para o Gana um "Relatório" sobre a situação da opressão colonial em Angola, cujo portador foi detido pela PIDE, o que originou sucessivas prisões. Noé Saúde assinara o documento com o pseudónimo "Balumuka Kababa". Foi julgado no Tribunal Militar Territorial de Angola (Processo nº 41/60) e sentenciado (20-12-1960) a 6 anos de prisão maior, suspensão de todos os direitos políticos por 15 anos e medidas de segurança de internamento de 6 meses a 3 anos prorrogáveis.
Chegou ao Campo do Tarrafal a 25-02-1962 e saiu com liberdade condicional (por 3 anos) a 07-02-1971.
Ver na Associação Tchiweka de Documentação (https://tchiweka.org):
Entrevista 1 (excerto) realizada em Luanda a 19-07-2013, por São Neto, no âmbito do projeto "Angola - Nos Trilhos da Independência"
Entrevista 2 (excerto) realizada em Luanda a 25-07-2013, por São Neto, no âmbito do projeto "Angola - Nos Trilhos da Independência"
Fotografia de Noé da Silva Saúde utilizada na brochura «Le Procès des Cinquante. La répression colonialiste en Angola», editada na Bélgica em 03-08-1960.