25 de Abril e a Revolução
Em 25 de abril de 1974, jovens oficiais das Forças Armadas, na sua maioria capitães, levaram a cabo a operação "Viragem Histórica" que derrubou a ditadura implantada em 28 de maio de 1926. O Povo português acolheu e festejou esse movimento, impondo de imediato a libertação de todos os presos políticos, a extinção da PIDE/DGS, da Legião Portuguesa, da Censura/Exame Prévio e da Mocidade Portuguesa e, com especial empenho e significado, o termo da guerra colonial.
Não foram fáceis os tempos seguintes e muitas foram as oposições que tentaram travar os avanços revolucionários então conseguidos.
50 anos depois, a luta pela preservação da memória e da verdade são batalhas que importa continuar a travar.
Presos políticos e sociais no Tarrafal (1936-1954 e 1961-1974)
No dia 1 de maio de 1974, populares cabo-verdianos avançaram para o campo de concentração do Tarrafal exigindo a libertação dos nacionalistas que ali se encontravam presos.
Viva o PAIGC! Viva o MPLA! Viva a FRELIMO! Libertem os presos! Viva Amílcar Cabral! Viva Guiné e Cabo Verde! Viva Angola! Viva Moçambique! Abaixo o Colonialismo! Morte ao Fascismo! Viva a Liberdade!
![Presos e Perseguidos no Tarrafal (1936-1954 e 1961-1974)](/sites/default/files/styles/large/public/media/image_front/Tarrafal_17042024.jpg?itok=hDaObmfp)
No âmbito da celebração, em 1 de Maio de 2024, do 50.º aniversário da Libertação do Campo de Concentração do Tarrafal, foi organizada a exposição “Da repressão à Liberdade” e editado um livro intitulado “Tarrafal – Presos Políticos e Sociais (1936-1954 e 1961-1974).
Com diversas colaborações, esta edição pretendeu, por uma lado, reunir estudos diversos sobre os presos das duas fases do Campo de Concentração e, por outro, identificar todos os presos - sempre que possível, com fotografia e breve nota biográfica. Sabemos que não se conseguiram realizar todos esses objetivos mas, ainda assim, consideramos que se reuniram e organizaram informações díspares que, até hoje, não estavam publicamente disponíveis.
Deste modo, foi possível evocar 588 homens que aí foram encarcerados, na sua maioria sem julgamento, morrendo 36 deles, vítimas das condições prisionais impostas pelo regime fascista.
Com a coordenação de Alfredo Caldeira e João Esteves, este livro reúne textos de Fernando Rosas, Luís Farinha, Luísa Tiago de Oliveira, Domingos Abrantes, Antónia Gato Pinto, Maria da Conceição Neto, Julião Soares Sousa, Luís Fonseca e Diana Andringa .
A exposição e a edição contaram com o apoio da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril.