Albino António de Oliveira de Carvalho passou mais de 40 anos a caminho da cadeia, sendo várias vezes preso durante a Monarquia, 1.ª República, Ditadura Militar e Estado Novo. Começou em 1898, quando teria 13 anos, e só acabou em 1941, aos 56 anos de idade. Conheceu esquadras, a Penitenciária de Lisboa, o Aljube, Peniche e Caxias. Esteve deportado em Angola e faleceu no Campo de Concentração do Tarrafal, para onde fora enviado em 1939.
Filho de Maria Joaquina de Oliveira e de Luís António de Carvalho, Albino António de Oliveira de Carvalho nasceu em 10 de dezembro de 1884, em Póvoa de Lanhoso.
Conhecido por "O Carvalho das Batatas", a viver em Lisboa, na Estrada da Luz - Chalet Rosmaninho, cedo conheceu a prisão, sendo, por três vezes, detido durante a Monarquia: em 16 de Março de 1898, quando teria treze anos, em 21 de Dezembro de 1908 e em 14 de Fevereiro de 1909, sempre por desobediência.
As detenções continuaram com a implantação da República: em 20 de Maio de 1917, por porte de arma proibida; em 6 de Março de 1918, por desobediência; em 13 de Março de 1920, por transgressão da Lei 922, de 30/12/1919; e em 6 de Dezembro de 1920, por agressão.
Instituída a Ditadura Militar, foi preso em 19 de maio de 1927, em Tomar, «por ter tomado parte ativa no movimento revolucionário de Fevereiro deste ano, sendo especialmente acusado de ter assassinado uma praça da Guarda Nacional Republicana», e enviado, em 14 de Junho, para a Penitenciária de Lisboa.
Passou, entre 1927 e 1929, por diferentes estabelecimentos prisionais, entre os quais o Aljube, «onde se encontrava por motivos políticos, condenado em vinte anos de degredo».
Em 29 de Junho de 1929, Albino António de Oliveira de Carvalho «foi entregue para África», regressando de Angola em 5 de novembro de 1934, data em que embarcou no vapor Quanza. Regressou à cadeia, por motivos políticos, em 26 de novembro.
Libertado, a viver em Alvito - Tomar, foi preso pela Secção Política e Social da PVDE em 26 de fevereiro de 1937. Recolheu à 1.ª Esquadra, sendo transferido para a cadeia do Aljube em 23 de março e, em 8 de agosto, para Peniche, onde ficou vinte e um meses.
Voltou ao Aljube em 7 de maio de 1939, passou para Caxias em 12 de maio e daí embarcou, em 20 de junho, para o Campo de Concentração do Tarrafal, Cabo Verde, integrando a sexta leva de presos políticos, juntamente com Alberto de Araújo, Augusto da Costa Valdez e Carlos Matoso, entre outros.
Albino António de Oliveira de Carvalho sobreviveu no Tarrafal pouco mais de dois anos e aí faleceu, vítima de doença, maus tratos e falta de assistência médica, em 22 de outubro de 1941, com 56 anos de idade e mais de 40 a percorrer prisões.
Albino António de Oliveira de Carvalho
6206
Data da primeira prisão