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António Batista

António Batista
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Data da primeira prisão

Natural da Guarda, nasceu em 27 de março de 1909, filho de Rosa Gracinda e de Jacinto Batista.
Quando era serralheiro mecânico com residência em Lisboa, na Rua Garibaldi, foi preso em 1 de dezembro de 1932 na fronteira de Elvas, quando vinha de Badajoz, «por suspeita de ter entendimentos com emigrados políticos em Madrid, sendo portador de algumas cartas de apresentação para os mesmos quando foi de Portugal para ali» e entregue, no dia 4, pela Secção Internacional à Secção Política e Social. Como não se tivesse provado se «aquelas cartas tratavam de assuntos revolucionários ou se era apenas para [...] arranjar trabalho», António Batista saiu em liberdade em 8 de dezembro, por ter sido abrangido pela amnistia decretada três dias antes. 
Cinco anos depois, em 1 de Junho de 1937, quando estava referenciado como marítimo a viver na Rua dos Prazeres, foi preso e entregue pelo Comando da PSP de Lisboa à Secção Política e Social da PVDE, por ter dado a guardar num estabelecimento de vinhos um embrulho que continha exemplares do jornal Avante!. Este, ter-lhe-ia sido entregue por um amigo tipógrafo a fim de fazer o envio, para o estrangeiro, de cartas e envelopes que nele se encontravam. Recolheu à 1.ª Esquadra e foi libertado em 3 de julho de 1937.
Em 12 de Abril de 1939, António Batista estava preso na Cadeia de Monsanto, tendo sido posto à disposição da PVDE dois dias depois, «a fim de ser ouvido num processo em curso», em que era acusado por Tomás Simões Negócio de ser o elemento encarregado de arranjar embarques clandestinos. Ficou em regime de incomunicabilidade na Cadeia do Aljube e, em 15 de maio, foi devolvido à Direção das Cadeias Civis por já não interessar à PVDE.
Preso novamente pela SPS da PVDE em 28 de junho de 1939, recolheu a uma esquadra incomunicável e seguiu para o Aljube um mês depois: possuía, então, uma credencial da Secção Portuguesa do Partido Comunista dactilografada em francês e que lhe teria sido entregue há cerca de seis anos, sendo suspeito de há muito integrar o aparelho de embarques, ou seja, «recebia e embarcava clandestinamente extremistas fugidos à acção desta Polícia». 
António Batista terá tido, nos anos 30, papel importante na entrada e saída do país de clandestinos comunistas, até devido à sua profissão de marítimo.
Deportado para o Tarrafal em 19 de setembro de 1939, tendo integrado a 7.ª Leva, juntamente com Herculano Jorge Bragança, Joaquim Ferreira e Sebastião Viola Júnior, aí permaneceu mais de cinco anos.
Abrangido pela amnistia de 18 de outubro de 1945, regressou a Lisboa no paquete Guiné em 1 de fevereiro de 1946.