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António dos Santos Marcelino Mesquita

António dos Santos Marcelino Mesquita
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Data da primeira prisão

Nasceu em Leiria, em 22 de dezembro de 1912, filho de Emília Santa.
Estudante, é considerado um dos principais elementos anarquistas envolvidos na greve de 18 de janeiro de 1934 no distrito de Leiria, sendo o responsável pelo corte local de linhas telefónicas e telegráficas, de forma a impedir as comunicações daquela cidade com Lisboa e Porto: a sua intervenção concretiza-se a norte de Leiria, próximo do sítio conhecido por Cova das Faias, onde são serrados três postes (dois telegráficos e um telefónico). Hermínio Nunes Freiras, em artigo no n.º 287 do jornal A Batalha (2020), considera que “Em Leiria, a organização do Movimento de 18 de janeiro de 1934 teve como principal organizador o militante confederal António dos Santos Marcelino Mesquita”, tendo a ação sido concertada “com as sabotagens e ações revolucionárias despoletadas na Marinha Grande, com os operários afetos à CGT, quase todos vidreiros da Fábrica Nacional dos Vidros”.
Preso, o seu auto de declarações data de 25 de janeiro de 1934 e, no dia 1 de fevereiro, foi entregue pelo Comando da PSP de Leiria à PVDE, recolhendo à Casa de Reclusão da Trafaria. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 28 de fevereiro e condenado em cinco anos de desterro, multa de dez mil escudos e perda dos direitos políticos por cinco anos, seguiu, em 8 de setembro, para Angra do Heroísmo, a fim de ficar detido na Fortaleza de S. João Batista.
Em 23 de outubro de 1936, embarcou para Cabo Verde, com destino ao Campo de Concentração do Tarrafal. Aí permaneceu até regressar em 15 de julho de 1940, sendo libertado, por ter sido amnistiado.
Passou a trabalhar, como jornalista, no jornal República, onde foi chefe de redação e, depois, secretário-geral da direção até à sua extinção. Embora tenha abandonado a militância anarquista, continuou como libertário, presidiu à direção da Escola Oficina nº 1 e tornou-se maçon do Grande Oriente Lusitano Unido. Publicou, em 1973, “Os Mortos Acusam: O Processo do Vietname em Crónica” e, em 1978, participa, com Acácio Tomaz de Aquino, Américo Martins, Custódio da Costa, José Francisco e Emídio Santana, no depoimento coletivo sobre “O 18 de Janeiro de 1934 e alguns antecedentes” (edição Regra do Jogo). Faleceu em 18 de setembro de 1986, com 73 anos de idade (ver notícia necrológica em anexo).