Médico, impedido pela PIDE de exercer a sua profissão nos serviços públicos de saúde, era conhecido em Nelas e Viseu como “o médico dos pobres” pelo apoio que deu aos seus conterrâneos. Militante do PCP desde a juventude, foi um cidadão íntegro e combativo que deu um forte contributo para a consolidação da democracia e dos valores do 25 de Abril no Concelho de Viseu.
Diamantino de Oliveira Henriques nasceu em 4 de Dezembro de 1930 e faleceu novo, em 6 de Março de 1993. Era ainda recém-licenciado (Medicina pela Universidade de Coimbra), quando foi preso pela PIDE. Passou alguns meses na prisão do Aljube de onde transitou para o Forte de Caxias. Foi preso novamente em 1968, por oposição à guerra colonial e acusado de atividades subversivas enquanto cumpria o serviço militar em Moçambique. Foi então julgado pelo Tribunal Militar, em Lisboa, e regressou a Nelas, onde se encontravam a sua mulher e filhos. Impedido de exercer funções nos serviços públicos de saúde, continuou a exercer medicina no seu consultório privado, o que lhe permitiu ir sobrevivendo. Entretanto, a sua vocação de «médico dos pobres» levava-o a dar assistência a todos os doentes sem se fazer pagar pela assistência que lhes prestava. Sempre disponível, sobretudo para idosos doentes, era procurado até por adversários que lhe reconheciam a integridade e a generosidade.
Desde o dia 25 de Abril, assumiu de forma destemida a promoção das primeiras assembleias, reuniões e sessões de esclarecimento político, na cidade e na região, visando a divulgação dos valores da Revolução da Abril e o apoio aos militares libertadores.
Ingressou como médico cardiologista no Hospital de Viseu onde trabalhou até falecer aos 62 anos. Antes, exercera a especialidade de pediatria.
Até à sua morte foi sempre um democrata íntegro, combativo e coerente, tendo assumido no concelho de Viseu um papel destacado na defesa da democracia.
A Junta de Freguesia da União de Freguesias de Viseu atribuiu, por proposta da CDU aprovada por unanimidade em 2014, o seu nome a uma rua.