Fernando Correia nasceu em 1936. Estudante no Liceu Honório Barreto, em Bissau, foi mobilizado por Rafael Barbosa e Justado Lopes. Após a independência da Guiné-Conacri, em 1958, fez formação político-militar naquele país, voltando depois para a Guiné-Bissau para assumir o comando da Frente de Biambi-Binar (Bula).
Preso em 1962, durante um ataque do Batalhão de Bula à tabanca de Bissauboro, passou seis meses na Segunda Esquadra, em Bissau e depois foi enviado para o Tarrafal, de onde apenas veio a sair em 1969.De regresso à Guiné, ”fui colocado na Ultramarina por ordens de Spínola, até à independência. (Depois) a Ultramarina acabou e fiquei sem trabalho.”
“Quando regressámos, depois de um ou dois anos, os portugueses disseram que nos iam indemnizar pelo tempo que estivemos presos - sete anos e oito meses – e que isso ia contar em dobro. Mas isso não aconteceu.”
À pergunta do jornalista José Vicente Lopes sobre se a independência valeu a pena, respondeu: “Independência? … Eu estou nas mãos das gentes do Governo. Não estou bem. E sobre isso prefiro não falar.”
Morreu em Março de 2010.
Texto e fotografia a partir de "Tarrafal-Chão Bom, Memórias e verdades", de José Vicente Lopes, a quem agradecemos.