Nasceu em Luanda a 15-03-1930, filho de Sebastião Gaspar Domingos (igualmente acusado no mesmo processo e preso no Tarrafal) e de Maria da Conceição Gaspar.
Enfermeiro de 2ª classe no Hospital de S. Paulo em Luanda quando foi preso em 1959, na vaga de prisões da PIDE que em Angola deu lugar a três processos judiciais vulgarmente conhecidos como "Processo dos 50". Do chamado "grupo dos enfermeiros", membro do clube recreativo (e político) "Espalha Brasas", foi acusado de pertencer ao "Grupo ELA", activo na clandestinidade desde o início dos anos 50, com ligações a outros nacionalistas em Angola e no exterior. Em Março tentaram enviar para o Gana um "Relatório" sobre a situação da opressão colonial em Angola, cujo portador foi detido pela PIDE no aeroporto de Luanda, o que originou sucessivas prisões. Foi julgado no Tribunal Militar Territorial de Angola (Processo nº 41/60) e sentenciado (20-12-1960) a 4 anos de prisão maior, com suspensão de todos os direitos políticos por 15 anos e medidas de segurança de internamento de 6 meses a 3 anos prorrogáveis.
Chegou ao Campo do Tarrafal a 26-02-1962 e saiu, com liberdade condicional, a 02-02-1969.
Ver na Associação Tchiweka de Documentação (https://tchiweka.org):
Fotografia de Florêncio Gamaliel Gaspar utilizada na brochura «Le Procès des Cinquante. La répression colonialiste en Angola», editada na Bélgica em 03-08-1960.