O esboço biográfico de José Artur dos Santos Cardoso, preso por ter participado, na madrugada de 1 de janeiro de 1962, no Assalto ao Quartel de Beja, só foi possível a partir do livro de José António Cabrita A PIDE em Pinhal Novo. Para que a memória não esmoreça (C.M. Palmela, 2017), sendo que as informações apresentadas e documentação referida têm por suporte aquela obra.
Filho de Jesuína dos Santos e de Artur dos Santos Cardoso, José Artur dos Santos Cardoso nasceu na Moita em 10 de dezembro de 1932.
Pintor, integrava os quadros do Barreiro da CP-Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.
A viver em Pinhal Novo aquando do Golpe de Beja, integrou o «comando Serra», teve «lugar de certo destaque nas acções de planeamento e de recrutamento» e foi em sua casa que ocorreram reuniões conspirativas, tendo aí pernoitado algumas vezes o amigo Manuel Serra.
Implicado nas tentativas de assalto ao quartel de Beja, seria preso pela PIDE em 30 de março de 1962 e, pelo menos, interrogado em 3 e 7 de abril. Permaneceu no Aljube cerca de uma semana, seguindo para a cadeia de Caxias e só sendo julgado em 29 de julho de 1964. Condenado a 2 anos e um mês, passou para o Forte de Peniche em 25 de setembro. José Artur dos Santos Cardoso só saiu em liberdade vigiada em 31 de julho de 1965, obtendo liberdade definitiva em 28 de janeiro de 1971.
Faleceu em 19 de julho de 1982, com 49 anos.