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Canções de Resistência

Este "Fado Anarquista", sobre música do fado corrido, de autor popular, é interpretado por João Salustiano Monteiro (que adotou o nome artístico de João Black). Tipógrafo e sindicalista ativo, teve participação significativa no movimento libertário, participando em alguns dos seus principais congressos. Escreveu o hino revolucionário "A Batalha" que o Maestro Del Negro musicou (ver em anexo imagens da respetiva edição, conforme publicado pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo):  
O Fado Operário, cantado por Luciana Costa, foi gravado em Pias, Serpa, Beja, a 22 de Abril de 2019. A letra refere-se essencialmente aos operários agrícolas. Fado sobre música do fado sevilha, da autoria de Jaime Tiago dos Santos (Pai). (Realização: Tiago Pereira; Som: Cristina Enes Garcia; Produção: Casa do Cante)  
1938
Si me quieres escribir, também conhecida como El frente de Gandesa, é uma das canções da Guerra Civil Espanhola mais famosas, tendo sido composta durante a Batalha do Ebro, em 1938. Em Portugal, sobretudo em meios estudantis, era conhecida através de alguns discos que a tinham recuperado. Interpretação de Rolando Alarcón.
A canção No Passarán exprime de modo direto a palavra de ordem da defesa republicana de Madrid contra as tropas de Franco e os seus mouros. Esta e outros canções da Guerra Civil Espanhola tiveram, naturalmente, grande impacto em Portugal, apesar da dura repressão que aqui acompanhou toda essa época. Interpretação de Rolando Alárcon    
Esta canção da Guerra Civil Espanhola, celebra os duros combates do Exército do Ebro contra os mouros, mercenários e fascistas. Em Portugal, era muitas vezes designada por "Ay Carmela, ay Carmela", o que representa a recuperação de uma música datada do século XIX e originariamente composta em 1808 contra a invasão francesa na Guerra da Independência Espanhola. Intérprete: Rolando Alarcón  
1963
Trova do Vento que Passa é uma balada da autoria de Manuel Alegre e António Portugal, cantada, em 1963, por Adriano Correia de Oliveira. Tornou-se rapidamente uma das principais armas de denúncia da situação do país, já mergulhado na guerra colonial. Pergunto ao vento que passa notícias do meu país e o vento cala a desgraça o vento nada me diz. Mas há sempre uma candeia dentro da própria desgraça há sempre alguém que semeia canções no vento que passa.
1963
A canção Os Vampiros, da autoria de José Afonso, foi originalmente gravada, em 1963, sendo publicada no disco Baladas de Coimbra. Na sua divulgação desempenhou papel de grande relevância a participação de José Afonso em inúmeras iniciativas estudantis, em que - até à sua proibição - aquele tema era recorrentemente exigido pela assistência. Tornou-se uma das canções mais emblemáticas do que era, na verdade, o fascismo e os seus vampiros.
1971
Com letra de Natália Correia, José Mário Branco criou em 1971 a canção "Queixa das almas jovens censuradas", que seria incluída no album "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades". Chegou rapidamente ao nosso país através de discos trazidos do estrangeiro e tornou-se uma das canções mais fortes da luta pela liberdade. Interpretação de José Mário Branco Dão-nos um lírio e um canivete E uma alma para ir à escola Mais um letreiro que promete Raízes, hastes e corola
1964
Em 1964, Luís Cília publicou em França o disco "Portugal-Angola: Chants de Lutte", que continha, entre outras, a canção "A bola". Com poesia de Jonas Negalha e música, canto e guitarra de Luís Cília, tornou-se uma das mais violentas denúncias da guerra colonial, evocando fotografias que circulavam mostrando cabeças de negros espetadas em paus por soldados portugueses: Rola sangrenta uma bola no chão de Angola. Letra
1954
O Desertor foi escrita por Boris Vian em fevereiro de 1954, com a colaboração de Harold B. Berg - na versão aqui apresentada é o próprio Boris Vian que interpreta a canção. A sua primeira apresentação pública ocorreu no cabaret La Fontaine des Quatre-Saisons, em Paris, pelo cantor de origem argelina Marcel Mouloudji - num espectáculo realizado no dia 7 de maio de 1954, data da humilhante derrota das tropas francesas em Ðiện Biên Phủ, no Vietnam, que apressaria o fim da "Guerra da Indochina".