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Alda Neves da Graça do Espírito Santo

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Data da primeira prisão

Escritora, poetisa, política, destacou-se na luta contra o fascismo e o colonialismo. Foi uma figura emblemática da luta pela independência de São Tomé e Príncipe.
Reconhecida pela sua verticalidade, coerência e coragem, esta cidadã constitui uma referência incontornável nos grandes valores que estiveram na origem da luta do povo são-tomense pela libertação do jugo colonial-fascista e pelo progresso social.
Em 30 de Abril de 1926 nasce, na cidade de São Tomé, capital do Arquipélago de São Tomé e Príncipe, Alda Neves da Graça do Espírito Santo. Filha de uma professora primária e de um funcionário dos Correios, faz seus primeiros estudos em São Tomé.
Em meados de 1940, muda-se com a família para o norte de Portugal e, anos depois, a família instala-se em Lisboa, onde Alda inicia seus estudos universitários.
No início da década de 50, Alda Espírito Santo, estudante universitária, estabelece contacto com alguns dos importantes escritores e intelectuais que viriam a ser os futuros dirigentes dos movimentos de independência das colónias portuguesas como Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade, Agostinho Neto, Francisco José Tenreiro, entre outros. A casa de sua família, no número 37 da Rua Actor Vale, funciona como local de encontros do CEA (Centro de Estudos Africanos).
Os encontros regulares na casa de Alda davam lugar a palestras sobre temas diversos como Linguística, História, e eram também espaços de formação da consciência cultural e política acerca do colonialismo, do «assimilacionismo» e da «defesa do colonizado».
Na mesma época, Alda Espírito Santo frequenta a CEI (Casa dos Estudantes do Império). Algum tempo depois, abandona o curso universitário por razões políticas e também financeiras.
Em Janeiro de 1953, regressa a São Tomé e Príncipe, onde é professora e jornalista. Nesse mesmo ano, escreve o poema «Trindade» que denuncia o «Massacre de Batepá» ocorrido em 5 de Fevereiro em Trindade (São Tomé e Príncipe).
Em 1975, após a independência de São Tomé e Príncipe, ocorrida em 12 de Junho, Alda Espírito Santo exerce diversas funções na jovem nação, entre os quais os de Ministra da Educação e Cultura, Ministra da Informação e Cultura, Presidente da Assembleia Nacional (duas legislaturas) e Secretária Geral da União Nacional de Escritores e Artistas de São Tomé e Príncipe.
Nesse mesmo ano, em Novembro, compõe a letra do Hino Nacional de São Tomé e Príncipe, intitulado «Independência Total».
Em 1976 publica um livro de poemas intitulado «O jogral das Ilhas» e, em 1978, o livro de poemas «É nosso o solo sagrado da terra», uma colectânea dos poemas produzidos por Alda entre os anos de 1950 e 1970.
Alda Espírito Santo morreu aos 82 anos, em Luanda, por complicações na saúde. O governo santomense decretou luto oficial de 5 dias.
«A sua poesia teve importância em todo o movimento anticolonial e em todos os países de expressão portuguesa», recordou então o poeta Manuel Alegre. Todos os anos, desde a independência de São Tomé e Príncipe, uma voz feminina recita «Trindade», um dos poemas com que a escritora imortalizou o massacre de 1953.