No 1.º de maio de 1964, registaram-se tentativas de manifestação em diferentes locais de Lisboa, violentamente reprimidas pelas forças policiais, que recorreram aos carros de água e não hesitaram em fazer fogo.
Cerca das 7 horas da tarde, manifestante apedrejaram vitrinas do Palácio Foz, sede do SNI-Secretariado Nacional de Informação e resistiram às cargas policiais. Nessa altura, junto ao então café Palladium, imediatamente após o Elevador da Glória, surgiram 4 agentes da PIDE armados que, com elementos da PSP, disparam sobre os manifestantes.
Segundo a habitual "nota oficiosa" do governo, "verificou-se, logo a seguir, um recontro entre civis que, entre si, trocaram alguns tiros, que provocaram um morto e dois feridos" - eis como o governo anunciou o assassinato do trabalhador David Almeida Reis pelos agentes da PIDE à civil.
Também o Telejornal da RTP, pela mão do seu diretor Manuel Maria Múrias, não deixou de afirmar sobre os manifestantes presos que "o piquete de serviço da esquadra do Teatro Nacional agarrou-os e levou-os para a cadeia", acrescentando que "a prometida grande manifestação teve 25 manifestantes que, durante 25 minutos deram gritos numa área de 25 m2"...