Momentos da Revolta | Memória Comum

Barricadas erguidas pelos revoltosos civis e militares na rua 31 de janeiro no Porto

Data

Fevereiro de 1927

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Fevereiro de 1927

Os acontecimentos da Revolta de 3 de Fevereiro no Porto e de 7 de fevereiro em Lisboa causaram cerca de 200 mortos e quase um milhar de feridos.

Aceda a imagens das destruições provocadas pelos combates que ocorreram em Lisboa, sendo importante assinalar que foi utilizada artilharia pesada, artilharia da Marinha e ainda bombardeamentos aéreos.

Imperando um regime de censura à imprensa, a visão dos acontecimentos que apresenta um jornal como o Diário de Lisboa permite entender melhor a situação que se vivia. Veja a sequência de recortes seleccionados.

Entretanto, no dia 11 de fevereiro, o mesmo jornal anuncia que foi afixado nas paredes um edital que determina que "serão fuzilados todos os civis que forem encontrados com armas"

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O filme apresentado foi montado, no âmbito do Museu do Aljube - Resistência e Liberdade, com imagens existentes na Cinemateca Nacional e que tinham sido utilizadas na exposição comissariada por Luís Farinha na Cordoaria Nacional aquando das comemorações do Centenário da República.

O Ministro da Guerra está em Aveiro a comandar as forças fiéis a ditadura

No Porto, os revoltosos que estão entricheirados na Praça da Batalha fazem frente às forças fiéis ao governo que se concentraram na Serra do Pilar

As forças governamentais que continuam na posse da Serra do Pilar foram ocupar a Serra da Virgem, de onde bombardearam os revoltosos, entrincheirados na Praça da Batalha, na cidade do Porto

Após a derrota dos revoltosos, o título do jornal é significativo: Forças do exercito patrulham a cidade mantendo a ordem e passando buscas às casas

O governo "dominou completamente todas as desordens e revoltas" caminhando-se para a normalidade

Biografias em destaque

Mário dos Santos Castelhano

Destacado dirigente anarco-sindicalista, participou em movimentos insurreccionais contra a ditadura, foi preso e deportado por diversas vezes, acabando por morrer no Tarrafal, aos 44 anos

Adalberto Gastão de Sousa Dias

Adalberto Gastão de Sousa Dias nasceu em Chaves, a 3 de dezembro de 1865, numa família de militares e de tradições republicanas. Membro do Partido Republicano desde 1910, participou em 1912 no combate às incursões monárquicas, como major. Voltou a sair em defesa da República no combate ao bloco conservador de Sidónio Pais em 1917, acabando por ser preso e colocado no Regimento de Infantaria de Reserva n.º 18, no Porto. Foi neste regimento, já como coronel, que combateu a proclamação da “Monarquia do Norte”, em janeiro de 1919.

António Guerra

Nascido em 23 de junho de 1913 perto da Figueira da Foz, António Guerra veio em criança com a família viver para a Marinha Grande. Tirou o curso comercial e trabalhou muito jovem nos escritórios da fábrica Ricardo Gallo. Com apenas 16 anos adere ao Partido Comunista, então reorganizado na clandestinidade. Em 1931, quando se faziam sentir os efeitos da crise mundial e grande número de operários vidreiros desempregados trabalhavam na abertura de estradas, organiza uma luta por melhores salários que culmina em manifestação pela vila, ação insólita que alarma a burguesia local.

Manuel Augusto da Costa

Militante anarquista, foi preso a 30 de janeiro de 1934 pela sua participação na greve revolucionária do 18 de janeiro, acusado de ser detentor de arma proibida e de ter transportado "cerca de 100 bombas"

Edmundo Gonçalves

2.º Sargento. Preso pela PVDE em 9 de junho de 1935, por "motivo político", dá entrada numa esquadra. Transferido para a Cadeia do Aljube em 25 de junho, será solto a 15 de julho de 1935. Cerca de ano e meio depois, a 6 de dezembro de 1936, é de novo preso, recolhendo incomunicável a uma esquadra. E, como habitualmente, vem a ser transferido para a 1.ª Esquadra cerca de um mês depois, a 6 de janeiro de 1937. A 22 de março, segue para o Reduto Norte do Forte de Caxias.