Filho de Carolina Maria Pereira e de Simão Mateus, Eurico Pinto Mateus nasceu em Lisboa, em 24 de novembro de 1908.
No início dos anos 30, quando militava no Partido Comunista, fez parte da Comissão Inter-Sindical (CIS), trabalhando política e partidariamente com Francisco Roque Júnior, detido no Aljube, Grácio Ribeiro, estudante deportado para Timor, e Manuel Moor, fugido à polícia e que só seria preso em 1937.
Entretanto, abraçou o anarco-sindicalismo, por estar "mais de acordo com os princípios estabelecidos pelo proletariado, pois é contra a força armada, contra o Estado Organizado e contra as classes privilegiadas", proferindo "conferências e preleções aos operários da Construção Civil, nas quais lhe explica as razões do aparecimento do anarco-sindicalismo e seus fins, bem como aconselha a massa operária a desprezar as ideias expostas pelos partidos que se servem dela, para os seus fins, com falsas promessas". Era ainda "contra todas as ditaduras, inclusive a proletária, à maneira russa".
No âmbito da intervenção junto da classe dos estucadores, Eurico Pinto Mateus era seu delegado ao Conselho Administrativo do Sindicato da Construção Civil.
Preso, pela primeira vez, em 21 de outubro de 1932, "por ter entregue manifestos anarquistas a Alfredo Crispim Duarte", tendo-os recebido de Francisco Cardoso Pires, libertado do Aljube havia pouco tempo.
Considerado pela Polícia de Defesa Política e Social como tendo "uma relativa cultura e facilidade em falar e escrever", desenvolvendo, "apesar de bastante novo", "uma enorme actividade de ideias social-revolucionárias", Eurico Pinto Mateus foi julgado pelo Tribunal Militar Especial em 17 de Junho de 1933 e absolvido, pelo que foi libertado.
No ano seguinte, pertenceu ao Comité de Acção do 18 de janeiro, não tendo concretizado a distribuição das armas prevista aquando do desencadear da Greve Geral. Cooperou, entre outros, com Armando dos Santos Calet, Bartolomeu José da Costa, Custódio da Costa, João Sarmento Dias, João Serra, José Severino de Melo Bandeira, Manuel Henriques Rijo, Silvino Augusto Ferreira [Processos 1011, 1227 e 1237/SPS].
Após essa data, exilou-se em Espanha onde integrou o Secretariado da Federação dos Anarquistas Portugueses Exilados, após uma reunião promovida por Marques da Costa e onde estiveram presentes Alberto Dias, de Lisboa, Custódio Bresce de Lima, do Porto, e José Rodrigues Reboredo, de Viana do Castelo.
Expulso de Espanha, Eurico Pinto Mateus foi novamente preso em 4 de Março de 1937 e levado para o Aljube, onde recolheu à enfermaria.
Passou, de seguida, por uma esquadra, regressou ao Aljube e seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal em 6 de novembro, integrando a 3.ª leva de presos políticos. Aí permaneceu até 20 de fevereiro de 1945.