Natural de Constância, nasceu em 1904, filho de João Dias Ferreira e de Carolina da Piedade.
Trabalhando em Lisboa como fragateiro, a sua atividade política no Partido Comunista Português data de 1931, integrando, primeiro, a Célula Nº 17 do Comité de Zona Nº 2 e, depois, a Célula Nº 24 do Comité de Zona Nº 1.
No ano seguinte, esteve envolvido nos preparativos da jornada de luta a ocorrer no dia 29 de Fevereiro de 1932 e que implicava o recurso a explosivos, a qual acabou por não se realizar devido à prisão de alguns dos implicados. Falhada esta, envolveu-se na jornada do 1.º de Maio.
Considerado pela polícia "elemento duma actividade extraordinária e de uma grande preponderância no meio marítimo em Alfama, sendo bastante perigoso pelo desembaraço da sua acção revolucionária", foi preso no dia 24 de abril de 1932, na Serra de Monsanto, quando o grupo experimentava os materiais a usar no 1.º de Maio.
Em 10 de agosto de 1932, por parecer do Director-Geral de Segurança Pública, e concordância do Ministro do Interior, foi determinado que "lhe seja fixada residência obrigatória em Cabo Verde ou Timor, tendo dado entrada na Cadeia Penitenciária, onde fica aguardando a oportunidade de embarque".
Em 24 de Fevereiro de 1933, o processo de Aurélio Dias foi enviado para o Tribunal Militar Especial, tendo, posteriormente, sido acrescentado um outro processo.
Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 20 de outubro de 1934, foi condenado a 10 anos de degredo com prisão e multa de vinte mil escudos.
Transferido, entretanto, para a Penitenciária de Lisboa, terá sido violentamente torturado, vindo a falecer no dia 30 de outubro de 1934, com 30 anos de idade.
Com total desfaçatez, o Tribunal Militar Especial aprecia, a 3 de novembro (três dias depois do seu falecimento!) um recurso que terá interposto da primeira condenação e … reduz-lhe a pena para "2 anos de prisão correccional, dada por expiada com a já sofrida"!