A luta de libertação da Guiné-Bissau e a figura de Amílcar Cabral atraíram numerosos jornalistas, fotógrafos e cineastas às regiões libertadas. Aí se somava o conhecimento de uma luta difícil e prolongada contra um inimigo muito mais poderoso e a noção evidente de que se estava a forjar ali uma nova consciência e um novo país.
Cabral sempre entendeu a importância desses testemunhos e dessas imagens para a construção daquela luta, que era, antes do mais, um ato de cultura e de afirmação de um povo.
Muitos desses filmes não estão, infelizmente, nos habituais circuitos comerciais mas, ainda assim, fornecemos aqui um lista dos que reconhecemos e, gradualmente, iremos disponibilizar informação complementar.
Lala quema, Mario Marret, 1964
A nossa terra, Mario Marret, 1965
Labanta Negro!, de Piero Nelli, 1966
Madina de Boé, de José Massip, 1968
A Group of Terrorists Attacked, de John Sheppard, 1968
No Pintcha!, de Tobias Engel, Ren Lefort e Gilbert Igel, 1970
Free people in Guiné-Bissau, de Spee, Rudi e Axel Lohman, 1971
O Nascimento de uma Nação, de Lennart Malmer e Ingela Romare, 1973
Republica en Armas, de Jorge Fuentes, 1973
Refiram-se dois outros filmes, cuja rodagem foi iniciada mas que, por diversas razões, não foram concluídos:
Des fusils pour Banta, de Sarah Maldoror, 1970
Los dias del Kankouran, de José Massip, 1971
Em 1967, Amílcar Cabral escolheu quatro jovens guineenses (José Cobumba Bolama, Josefina Crato, Sana na N’Hada e Flora Gomes) para estudarem cinema no ICAIC (Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos)
Ao visitá-los em Havana, Amílcar Cabral foi claro no seu desejo de que filmassem a proclamação do Estado. “Era uma coisa que tinha de ser feita por guineenses, embora estando lá alguns estrangeiros. Isso para nós era um orgulho, sermos nós, guineenses, a filmar um acontecimento único na História de um Povo.”